O mês das crianças já ficou pra trás, mas a verdade é que todo dia é dia de ficar de olho na saúde dos pequenos, independente da época do ano! Conversamos com o pediatra da Santa Casa Ouro Fino, Dr. José Marcelino Clemente Ceccon, que esclareceu pontos importantes para mamães e papais ficarem atentos para garantir o desenvolvimento saudável de seus filhos. Leia até o final e descubra se deixou passar alguma informação importante!
Saúde e alegria – O primeiro passo destacado pelo especialista é a importância que as experiências vividas nos primeiros anos de vida terão na formação do adulto que se tornará, sendo essencial que a criança cresça em um ambiente saudável, cercada de afeto e com liberdade para brincar.
“Vigiar o desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida é fundamental, pois é nesta etapa da vida extra uterina que o tecido nervoso mais cresce e amadurece, estando, portanto, mais sujeito aos agravos. Devido a sua grande plasticidade, é, também nesta época, que a criança melhor responde aos estímulos que recebe do meio ambiente e às intervenções, quando necessárias”, reforçou.
Consultas médicas – A partir dos 2 anos de idade, as consultas de rotina devem, no mínimo, ser anuais, próximas ao mês de aniversário. Algumas crianças podem precisar de maior atenção e ter visitas com maior frequência. Por isso, tenha sempre em mãos a caderneta de saúde do seu filho.
Em todas as consultas, o profissional de saúde vai avaliar e orientar sobre a alimentação da criança, peso, vacinas, assim como seu desenvolvimento e investigar riscos ou possíveis problemas.
Exames importantes – O primeiro exame da vida de uma criança deve ser obrigatoriamente o teste de triagem neonatal, popularmente conhecido como “teste do pezinho”. Recomenda-se que a coleta da primeira amostra seja entre o 3º e o 5º dia de vida. Este teste é oferecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde.
“Uma criança saudável, que ganha peso e cresce dentro dos parâmetros de normalidade (sem excesso ou falta) precisa de um número muito pequeno de exames complementares ao longo da infância e mesmo adolescência”, reforçou o Dr. José Marcelino.
Ele ainda explica que após a avaliação ao nascimento, estão indicados, em crianças saudáveis, exames hemograma entre 9 e 12 meses de vida e perfil lipídico aos 9 ou 10 anos, mesmo sem a presença de fator de risco, sendo importante refazer aos 17 anos.
Em adolescentes, a cada 5 anos, triagem de anemia e, em caso de obesidade, deve-se acompanhar a orientação do médico para exames adicionais.
Vacinação – Será que seu filho está com todas as vacinas em dia?! Confira nesta listagem!
BCG – Protege contra formas graves da tuberculose. É aplicada no primeiro mês de vida do bebê, no braço direito.
Hepatite B – Eficaz e segura, seu nível de proteção chega a 95%. A aplicação é recomendada no primeiro dia de vida, doze horas depois do nascimento. A vacina tem três doses: as duas primeiras com intervalo de um mês e, a terceira, seis meses depois da primeira.
Hepatite A – No calendário básico de vacinação no Brasil, desde 2017 é administrada em dose única para crianças entre 15 e 23 meses.
Penta/DTP – A proteção nesse caso é contra cinco doenças: hepatite B, coqueluche, tétano, difteria e infecções causadas pela bactéria Haemophilus tipo B. As crianças devem tomar aos 2, 4 e 6 meses de vida. Os reforços são tomados aos 15 meses e aos quatro anos.
VIP / VOP – É extremamente importante proteger as crianças contra a poliomielite/paralisia infantil. Também é aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida e os reforços são aos 15 meses e aos 4 anos de idade e durante as campanhas nacionais de multivacinação.
As três primeiras doses são da Vacina Inativada Poliomielite (VIP) e injetáveis (aplicadas diretamente na pele com uma seringa). Os reforços são do chamado Vírus Atenuado (VOP), em gotinhas.
Pneumocócica 10-valente – Essa vacina protege as crianças contra dez subtipos da bactéria pneumococo. As doses são aplicadas aos 2 e aos 4 meses e o reforço é quando a criança completa 12 meses.
Rotavírus – Aplicada em duas doses – aos 2 e aos 4 meses –, a vacina deve ser tomada no prazo correto e protege contra uma grave infecção gastrointestinal que pode levar à morte por desidratação.
Meningocócica C – Aplicada aos 3 e aos 5 meses de vida, tem um reforço aos 12 meses. Protege contra a Meningite C, doença que pode causar lesões cerebrais permanentes e surdez.
Febre Amarela – Essa vacina é tomada em dose única, aos 9 meses de idade. Há algum tempo existia um reforço aos 10 anos, porém, houve uma modificação no esquema vacinal e essa dose extra é levada somente para áreas de risco.
Tríplice Viral – Protege contra caxumba, rubéola e sarampo. É disponibilizada na rede pública. Devem ser aplicadas duas doses: a primeira aos 12 meses e a segunda aos 15 meses. O reforço vem aos 4 e aos 6 anos de idade.
Tetra Viral – Disponível na rede privada, oferece proteção contra sarampo, rubéola, caxumba e catapora (varicela). É aplicada aos 15 meses, no reforço da Tríplice Viral.
Influenza – Vacina que protege contra a gripe, deve ser tomada uma vez por ano pelas crianças com idade entre 6 meses e 5 anos.
HPV – Voltada para meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 12 e 13 anos. O chamado Vírus do Papiloma Humano (HPV) é transmitido sexualmente e está relacionado ao câncer do colo do útero. A meta com essa imunização é proteger as crianças bem antes do início da vida sexual, e consequentemente, reduzir os índices desse tipo de câncer.