Na sexta-feira (26), completou um ano do primeiro caso confirmado de Covid-19 no Brasil. A pandemia, que está longe de ser erradicada, já contaminou mais de 10 milhões de brasileiros e ceifou mais de 250mil vidas em nosso país. Em Ouro Fino, já foram confirmados 1061 casos e 26 mortes. Até o fechamento dessa matéria, 1008 pessoas foram curadas, 21 estão em isolamento domiciliar e 6 hospitalizadas. A Santa Casa Ouro Fino tem sido linha de frente desse enfrentamento e conseguiu, com muita luta de sua gestão, modernizar equipamentos para melhor atender os pacientes, graças também à coragem e à dedicação de sua equipe assistencial.O primeiro caso registrado em Ouro Fino foi também o primeiro óbito, em 31 de março de 2020. Diante disso, temendo uma escalada da doença, a Santa Casa correu e preparou uma área de isolamento para pacientes infectados, que ficou pronta no final maio. Respiradores pulmonares, monitores multiparâmetros e aspiradores cirúrgicos passaram por manutenção, a ala de internação masculina foi toda reformada, com a troca do piso e das divisórias, portas de contenção foram instaladas nos corredores, além de passarelas construídas para garantir um fluxo independente entre os setores, reduzindo sensivelmente os riscos de contaminação cruzada. Até mesmo uma sala de pré-parto exclusiva para acolher gestantes e bebês foi montada. Outra ação muito importante foi a reforma da estrutura de fornecimento de gases hospitalares, com a revisão da rede de distribuição e instalação de um tanque de oxigênio líquido, garantindo oferta de O2 com 99,99% de pureza, em quantidade e pressão suficientes para acolher pacientes mais graves. Posteriormente, com recursos dos Governos Federal e Estadual, foram adquiridos novos equipamentos, além de uma doação de 2 respiradores pulmonares pela FIEMG. Até o início de abril, o hospital também contará com os serviços de um tomógrafo, adquirido pela Prefeitura de Ouro Fino.A grande preocupação dos primeiros momentos de pandemia deixou o número de casos baixo. A Prefeitura construiu barreiras e limitou o acesso de pessoas ao Município e a população foi muito responsável na manutenção do isolamento. Graças a isso, até o fim de maio, o município tinha apenas 6 casos confirmados. Entretanto, com a evolução natural da doença no inverno, em julho os casos de contaminação já haviam chegado a 63. O segundo óbito foi registrado no dia 9 de agosto e 2 dois dias depois, Ouro Fino já superava 100 casos confirmados. O aumento do número dos infectados foi relativamente constante até fim de outubro, chegando a 273 confirmados e 05 óbitos.O mês de novembro trouxe esperança pela grande diminuição da curva de infecção, o que gerou uma falsa sensação de segurança e o natural relaxamento das medidas de isolamento. No dia 12 de dezembro o número de casos explodiu. No momento mais crítico, o hospital, que possui 12 leitos cadastrados junto ao Estado, estava com 20 pacientes internados, sendo que 4 deles estavam intubados. Em 9 de janeiro, a diretoria do hospital convidou os prefeitos, secretários de saúde e até o Ministério Público para uma reunião de emergência. Logo em seguida, apresentou um plano de ação emergencial para a contratação de equipe especializada, visando aumentar a capacidade de atendimento. Infelizmente, até hoje, nenhuma das cidades atendidas acolheu o plano, fazendo com que a Santa Casa tenha que arcar sozinha com os custos desse investimento. A equipe, que estava preparada para acolher até 12 pacientes, teve que ser reorganizada, com a contratação de médico para atuar presencialmente, 24h por dia, novas enfermeiras e até uma fisioterapeuta especializada em UTI. Para se ter uma ideia só a equipe médica custa R$90mil por mês. Em fevereiro, a Santa Casa também adquiriu um equipamento chamado gasômetro pelo valor aproximado de R$40mil, próprio de UTI, essencial para garantir a qualidade dos pacientes mais graves. Investimentos importantes também estão sendo feitos para garantir os estoques de medicação e, com isso, permitir o acolhimento de urgências cirúrgicas e a intubação de pacientes mais graves. Infelizmente, por falta de vagas nos hospitais de alta complexidade, muitas transferências não têm acontecido no momento ideal, obrigando as equipes a vencerem suas limitações estruturais e operacionais. No mês de janeiro, o prejuízo do hospital foi de R$232mil.Outras ações importantes também ocorreram na administração, com a implantação do sistema eletrônico de gestão e a capacitação operacional da equipe, como destacou a superintendente Iara Aparecida Fonseca Pai, que também lembrou da contratação de uma empresa especializada para aprimorar a formação das equipes de enfermagem e de recepção, através de um curso de aperfeiçoamento com 8 módulos que vão desde a revisão do protocolo de checagem de sinais vitais até a intubação, sempre com o foco voltado para a segurança do paciente. Como parte do planejamento estratégico regional, a Santa Casa Ouro Fino acolhe pacientes de vários municípios da região, como Jacutinga, Monte Sião, Bueno Brandão, Borda da Mata, Inconfidentes e Albertina. Sua atuação tem sido muito importante no enfrentamento da pandemia.